Pint of Science: parte final + surpresas

Estamos mais uma vez juntos, agora para terminar de contar sobre esse evento genial. Ao final dessa publicação teremos considerações gerais sobre essa semana de palestras variadas com reflexões pós evento... Se você perdeu o conteúdos passados, dá um clique aí embaixo:

1- Fatores ambientais e hereditários das mutações que levam ao Câncer;
2- Neutrôns que não sabem nadar e insetos comestíveis;
3- Realidade virtual na Educação e na Preservação Ambiental.

Hoje vamos para um bar no Brooklin (SP) que estava cheio de surpresas e palestras imperdíveis!

magic science gif GIF by Look Human
Ciência parece magia, mas é real. Quem acha a Ciência incrível?
Fonte: Gifhy

Quarta Feira  
3- Realidade virtual na Educação e na Preservação Ambiental, na Companhia de Brassagem Brasil (CBB).

- Por que a escolha?

Admiro muito a Educação Ambiental e acho que é a chave para tentarmos sensibilizar as pessoas para construirmos juntos um mundo melhor, com mais atitudes sustentáveis, consciência, respeito e coletividade. Achei a proposta muito interessante de combinar a tecnologia para inserir as pessoas nesse contexto, e como estava tendo essa matéria na Licenciatura, caiu como uma luva o assunto.

- Como Chegar lá? Como era o Bar?


Desci na estação Campo Belo da linha lilás do metrô. Como nunca tinha ido para esse canto da cidade foi um pouco difícil achar a localização, ainda mais porque meu GPS estava doido, mas se seu GPS estiver pegando certinho em 20 min de caminhada você chega no bar. Achei muito bonita a entrada e o bar é de certa forma aconchegante. O evento aconteceu no piso de cima, que tinha um ambiente mais descontraído com puffs, jogos como Pebolim, Pinball, fliperama, mesas compridas de madeira e lâmpadas diferentes que davam uma iluminação diferenciada. 


Tinha na mesa muitos livros e folhetos sobre projetos ambientais como o Projeto Tamar, várias plaquinhas com frases de conservação de espécies ameaçadas, (me identifiquei demais com esse local). No Cardápio tinha muitas cervejas artesanais e salsichas típicas da culinária alemã para acompanhamento, fiquei até com vontade, mas peguei uma empada de Shimeji com queijo (estava muito bom). 



Esse bar estreou no ano de 2018 em junho, sendo especialistas em cervejas artesanais, possuem 14 torneiras de chopp (12 da marca CBB e 2 de cervejarias convidadas), o mais legal é que eles vendem cervejas em que os rótulos são espécies de animais que estão em extinção, por exemplo, arara azul/mico leão dourado/tamanduá bandeira/onça pintada, cada uma tem um sabor diferente (pelo que eu ouvi falar), e parte do valor da venda é doado para institutos de conservação destas espécies, como Projeto Tamar, Onçafari, Associação Mico-Leão-Dourado, Instituto Pró-Carnívoros, Projeto Tamanduá, Fundação Biodiversitas, IBDN, entre outros; e também para projetos que apoiam e lidam com pessoas com deficiência e que estão sob tratamento do câncer.


Foto autoral.
Ambiente do piso superior com várias plaquinhas, livros e informações sobre espécies ameaçadas e o Projeto Tamar.
- Resumo do Evento

Foi um evento bem dinâmico que mostrou basicamente como a tecnologia pode ser usada a favor da Ciência, tanto para Educação ambiental, como para soluções inteligentes para o estudo de espécies e meio ambiente.

O primeiro palestrante chamado Adalberto explicou a diferença entre Realidade Aumentada e Realidade Virtual, em que a primeira aparece elementos virtuais no nosso campo de visão em um aparelho eletrônico (ex. Pokemón GO! e Google Lens), e a segunda você consegue emergir totalmente dentro de um mundo virtual (ex. através de óculos de realidade virtual do Playstation 4 e/ou computador). Ele criou um programa que apresenta órgãos humanos em realidade aumentada para as aulas de Ciências, os alunos conseguem ver um coração pulsando na tela do celular na sua frente utilizando a câmera. Adalberto enfatizou que o processo de criação é bem demorado, minucioso e custoso, poucas pessoas no mercado estão trabalhando nisso, e que ainda esse tipo de tecnologia está disponível para escolas específicas que não contemplam as da rede pública.

A segunda palestra foi mostrado o uso da Inteligência Artificial para detectar animais e suas características específicas, de modo a classificá-los em espécies por pastas, feito pela associação Onçafari. A tecnologia utiliza Câmeras Trap que é uma câmera camuflada que está acoplada a um sensor de movimento que capta imagens diurnas e noturnas de animais. Ao captar a imagem do animal, este é classificado em espécie e o vídeo respectivo salvo em uma pasta individual. Houve um debate no final da palestra levantado por uma convidada que era Bióloga: se esse novo sistema de identificação não poderia cometer falhas e que se dessa forma o papel de biólogo nesse serviço seria dispensável. O palestrante disse que no começo a 'máquina' precisa de uma supervisão de um especialista no assunto, para corrigir os erros, e uma vez que esses erros vão sendo corrigidos, ela vai aprendendo a classificar de maneira que os acertos vão ser maiores que os erros, até atingir uma taxa de confiança de classificação (e sim, ser dispensado o Biólogo a longo prazo, pelo menos para esse serviço - é o que entendi nas entrelinhas).

Trabalhos realizados pela associação.
Fonte: Onçafari

A terceira palestra foi apresentado um aplicativo que se chama Isperm, que até a época da palestra só estava disponível para dispositivos que possuem sistema IOS (aparelhos da Apple). Esse app com a ajuda de um dispositivo específico que parece uma 'lupa' (precisa ser comprado para ser utilizado com o app) consegue em 10 segundos mostrar o resultado de uma amostra de sêmen de quantos espermatozóides são móveis, imóveis, dados específicos como motilidade, vigor e a concentração. E você deve estar se perguntando o porquê. O biólogo do Projeto Tamanduá, diz que essa tecnologia o ajudou muito em campo para analisar a fertilidade dos tamanduás machos, pois não precisa levar seu microscópio em campo, o resultado dado é mais rápido e mais confiável. No modo convencional, da preparação da amostra até a observação no microscópio perdia-se muito da amostra inicial e a classificação dos espermatozóides também é um pouco difícil e relativa segundo alguns parâmetros. Ele disse que nesse aplicativo é possível apenas por enquanto fazer análise de espermatozóides de espécies comercialmente importantes (bovinos, equinos e suínos), e não de espécies importantes para a conservação ambiental, como o Tamanduá. Para fazer a análise do sêmen do Tamanduá eu não lembro qual classificação de animal ele colocava (se era mais parecido com bovinos, equinos ou suínos), mas ele disse que o resultado ainda assim era confiável e bem semelhante, por isso ele confiava nos resultados apresentados pelo aplicativo.

Site sobre o aplicativo e suas funcionalidades.
Fonte: iSperm


A última palestra foi feita pela Ong mata ciliar e materiais sustentáveis, que ajuda na reabilitação de animais silvestres. Eles criaram um colar de rastreamento por GPS que em aproximadamente 90 dias se solta do animal através de uma fita biodegradável (de maneira natural), dessa forma conseguem monitorar os passos do animal reabilitado até que a fita que une esse colar de rastreamento seja biodegradada com o tempo (ou até que seja arrancada pelo animal de alguma outra forma).

+ info: https://pintofscience.com.br/event/realidade-virtual-na-educao-e-na-preservao-ambiental


→ Surpresa

Quando a última palestra foi apresentada, os representantes Senac mostraram seus trabalhos de reciclagem que são realizados na Unidade de Santo Amaro. Reciclam diversos tipos de plástico fazendo azulejos mais resistentes que os convencionais. Nos deram porta copos totalmente biodegradáveis feitos com palha de milho, fiapos de madeira e plástico polipropileno.


Foto autoral. Porta copos biodegradável.

Por incrível que pareça eu consegui ser sorteada com os brindes do evento, no último dia para fechar com chave de ouro. Ganhei uma sacola ecológica (Ecobag), um cordão do Pint of Science, uns adesivos e uma cerveja artesanal... Huuuhuhuu!! 😮🙌


Foto autoral. Brindes que recebi no evento.

→ Considerações finais

Eu achei esse festival muito importante por ter esse caráter interdisciplinar: no primeiro dia vimos a Área científica (câncer) X Jornalismo científico, no segundo dia Medicina radioativa X física X  Uso de insetos na alimentação, e no terceiro dia Educação básica X Tecnologia X Educação Ambiental X Inteligência artificial. Todos esses assuntos se conectaram de alguma forma no evento, sendo abordados numa dinâmica muito envolvente e descontraída por pesquisadores com muita experiência no assunto, como se fosse um bate papo convencional em barzinhos. É um momento muito produtivo para todos os envolvidos, em que conseguimos observar os assuntos além daquilo que conhecemos, pois os profissionais-palestrantes são variados, algumas vezes de áreas e formações diferentes, o que nos faz descobrir novas ideias e possibilidades para um futuro próximo. Acredito que sair da caixinha é muito bom, e ao participar dessas palestras notei que minha visão se tornou mais ampla, além de perceber que para fazermos a diferença precisamos de profissionais de variadas áreas de conhecimento. 
Todos os dias você tem a chance de der sorteado para ganhar um brinde legal (revistas, livros, canecas, kits e cervejas artesanais), além de conhecer sempre um bar novo, que posteriormente você pode voltar com seus amigos ou crush💕.

→ Bibliografia






Autor(a): Larissa Dias

Contribuições e revisão: Ayrton Carvalhedo.

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